por Isadora.
Toda noite ela vem
Me olha de canto
Finge não me ver
Mas eu sei
Sei que ela está ali
E a olho de canto também
Mas como todas as noites ela vem
Todas as manhãs ela se vai
Por isso
Quando o dia se vai, e a noite se vem
Eu finjo não a ver
E a amo de canto de olho
Esperando o dia que a rouba de mim
Mas enquanto ele não vem
Eu a amo como nenhuma estrela
Lua minha Luna.
Te amo como um corpo morto
sinto saudades
saudades das conversas sem sentido
das risadas e piadas sem graça que mesmo me faziam rir
Saudades de encarar seus olhos cor-de-mar sem ao menos piscar
Ver sua caminhada sem fim me faz sentir paralisada
Como se meu corpo se perdesse no espaço
Mas minhas mãos já não sentem seu calor
E seus abraços já não tem o seu amor
Enquanto as flores em minhas mãos seguram o amargor da minha
Morte
Mas apenas espero que saiba que eu ainda te amo
Te amo como um corpo morto
As luzes da cidade morta
A cidade que vejo está morta
Cinza e sem graça
Carrega todo amargor das pessoas que nem respiram mais
Mas ainda sim
Quando o sol se põe
As luzes acendem
Nos postes
Nas casas
A cidade se estende em cores e dores
E se enche de pontinhos brilhantes em becos escuros
A cidade morta se enche de sorrisos
E as pessoas finalmente respiram
Todos somos cinzas, até que pintamos nossos rostos com cores brilhantes
Muito bacana
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